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domingo, 28 de agosto de 2011

II - Mês I Dia

mais que pensado e, enfim, publicado

Acordei exatamente 4 da manhã. Entrei na internet para ver algumas coisas. Estava tão ansiosa com o que eu ia aprontar com Bastian, que isso me despertou cedo. Queria pesquisar se tinha alguma coisa legal para fazer de ruim com um homem.
Li numa revista que Axl Rose estaria na cidade vizinha dando autógrafos. As coisas estavam ao meu favor. Bastian gostava dele. Tínhamos ido ao ultimo show que ele fez na cidade, mas ele estaria na redondeza para um show especial. Fiquei pensado como eu poderia ser mais chata naquele momento. Olhei para o relógio e era 04:30. Estava cedo para ligar para ele.
Não, para quem estava armando. Liguei. Estava torcendo para que ele tivesse dormindo. Ele tinha o costume de acordar cedo. Mas talvez não estivesse acordado, porque não iria para a empresa.
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O telefone chamou até cair. “Bom, ele está dormindo”. Pensei comigo. Liguei de novo. E de novo. Até que na terceira vez, antes de cair na caixa postal, ele atendeu.
-Alo. –disse ele do outro lado da linha.
-Bastian, você não acredita. –disse toda empolgada.
-Quem está falando? –disse ele, meio que, ainda dormindo.
-Sou eu, a Lin.
-São que horas?
-Hum... 04:33 da manhã.
-Você está bem?
-Estou, por que?
-São 04:30 da manhã...
-04:34.
-Não importa. Por que você está de pé essa hora. Que milagre é esse?
-Desculpa te acordar. –disse com voz mansa.
-Só você mesmo.
-É... eu ligo depois, então. Embora, eu precisasse de você agora cedo... Tchau!
-Não... Espera... Pode falar. –disse ele bocejando. –Agora eu já acordei!
-Então ta. Sabe o que é? Eu estou vendo aqui na internet que Axl Rose vai está na vizinhança dando um dia de autógrafos. Você não pode perder. Você gosta tanto dele.
-É isso? –disse ele com um tom de decepção.
-É...
-Lin, eu não acredito. –disse ele me interrompendo. –Você me acordou pra isso? Do jeito que você falou, parecia que você estava tendo um filho. Você acorda cedo pra essas coisas, mas não acorda para ir trabalhar. –fiquei escutando em silencio mais rindo sem parar. Sem o deixa perceber. –Lin, esquece isso e volta a dormir, e acorde a hora que você quiser. Que eu vou fazer o mesmo.
-Tudo bem, desculpa, ta? –disse interpretando um tom bravo. –Eu só queria um autografo dele. E pensei que você também iria querer. Mas tudo bem. Eu vou sozinha. Tchau.
-Lin... –foi a ultima palavra que eu consegui o ouvi dizer, antes de desligar o telefone na cara dele.
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Comecei a me arrumar. Terminei exatamente 05:15. Estava começando a ficar com medo de não conseguir fazer nada de irritante com Bastian hoje. Desci e fui para cozinha. Sabia que o Sr. Alter estaria lá tomando seu café com o resto dos empregados.
-Bom dia! –disse para todos.
Alguns me olharam assustados me dando bom dia entre os dentes.
-O que aconteceu? –disse Sr. Alter sem grandes demonstrações.
-Nada. Eu só acordei cedo e vou tomar café com vocês.
-Vai sair? –disse Sr. Alter tomando lentamente seu chá.
-Não. Talvez.
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Olhei para o relógio novamente. Marcava quase 05:30. Minha preocupação estava aumentando. Bastian tinha que ir. Quanto determinei esse pensamento. A campanha toca.
-Quem será essa hora? –falou Sr. Alter e já indo em direção a sala. Eu coloquei o copo de leite em minha mão na mesa e fui correndo atrás dele.
Ele abriu a porta. Era Bastian. Meu coração deu um salto de alegria dentro do meu peito.
-Bom dia! –disse Bastian com a pior cara dele de cansaço. Até então ele não tinha me visto. –A Lin, está acordada?
-Estou bem aqui. –disse me mostrando impulsivamente.
-Oi. –disse ele abrindo a boca de sono.
-Com licença senhores, preciso terminar o meu café. –disse Sr. Alter se retirando.
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-Eu já estava saindo. –fui para o lado de fora fechando a porta atrás de mim. Bastian deu um passo para trás. Mas fiquei imprensada entre porta e ele. Ele ficou olhando serio para mim. – O que foi?
Ele não disse nada. Foi até o elevador e a porta logo se abriu. Eu fiquei no mesmo lugar. Parada em frente à porta de casa. Bastian segurou a porta para não fechar.
 –Vamos? –disse ele.
-Mas eu pensei...
-Não vou deixar você sair por ai sozinha há essa hora.
Sorri para ele e entramos no elevador!
No elevador:
-Nós vamos de carro, né? –disse ele preocupado.
Não respondi, apenas ri. Chegamos no estacionamento, entramos no carro e seguimos caminho. Chegamos as 06:30 no local  onde Axl Rose estaria. O local estava lotado.
-Ai, Cristo! –reclamou Bastian.
-Calma, são só autógrafos, tenho certeza que vai ser rapidinho.
-Deus te ouça. -Falou ele se posicionado a minha frente.
O tempo foi passando, passando. Depois de 02 horas, Bastian começa a reclamar:
-Ele não vai chegar mais não?
-Calma, ele vai chegar. –acalmei-o
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Eu não estava nem me importando ficar todo aquele tempo em pé. Estava me divertindo tanto vendo a cara de Bastian que eu nem fiquei cansada.
-Preciso ir ao banheiro. –falei com ele.
-E agora? –falou ele.
-Fica aqui que eu já volto.
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Não estava com vontade de ir ao banheiro de verdade, mas estava morrendo de fome.Não tinha tomado café direito. Quando ia tomar Bastian havia chegado. Falei com Bastian que iria no banheiro de uma lanchonete perto. Mas na verdade eu fui fazer um lanche. Contei no relógio o tempo exato de 1 hora. Meu telefone toca:
-Cadê você?
-Desculpa, eu aproveitei para fazer um lanche. Vem pra cá. Você aproveita de senta um pouco.
-Mais e a fila?
–Eu vou pra ir!
-Então eu vou esperar você chegar e depois eu vou.
-Beleza. –desligamos o telefone.
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Fui até a fila.
-Pode ir. Aproveita e descansa.
-Tá. –disse ele já de costas.
Todo mundo que chegava, eu deixava entrar na frente. Queria perder o dia todo naquele lugar. Aquilo pra mim estava sendo emocionante.
Depois de trinta minutos Bastian chega.
-Já? –disse.
Ele não me respondeu, apenas olhou para a fila.
-Tem certeza que estávamos aqui?
-Tenho.
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Voltamos a ficar em silencio. Mais uma hora se passou. Bastian já tinha suspirado varias vezes, sentou no chão, ficou de pé, encostou-se ao muro, ficou de pé, voltou a sentar no muro.
-Não agüento mais - reclamou ele.
-Se você quiser pode... –minha frase foi interrompida por gritos desesperados. –Acho que ele chegou disse.
-Graças a Deus! –diz Bastian.
Ele se posiciona com a postura ereta na minha frente. Após 10 minutos, a fila começa a dar passos vagarosos. E assim vamos seguindo. Lentamente. Bastian não parava de abrir a boca de sono.
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Estava tão feliz que estava conseguindo que, sem querer, soltava um riso, mais Bastian não via, pois estava na minha frente.
Mais uma hora se passou e quando faltavam 10 pessoas para chegar nossa vez Axl Rose, deu um tchau para todos, acenando sem grandes emoções e foi embora.
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Todo o restante ficou decepcionado. Bastian continuou parado no mesmo lugar sem se mexer, enquanto a fila se desfazia aos poucos. Fiquei olhando para a cara dele, mais o mesmo, olhava para a porta onde Axl Rose entrou e em seguida desapareceu lá pra dentro.
Ouvíamos pessoas chorando e outras gritando o nome de Axl Rose.
 -Não precisa ficar assim Bastian. Eu sei que você queria o autografo, mais de outra vez a gente consegue. –falei como se estivesse me importando por não ter conseguido o autografo.
Ele não me responde nada. Após 1 minuto volto a falar com ele.
 -Bastian... –ele não me responde. –Bastian...
-Vamos embora. –foi à única coisa que ele disse antes de virar as costas para mim e seguir em direção ao carro.
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Ficamos em silencio. Por alguns minutos comecei a me sentir culpada. Eu sabia que ele não estava nem ai para o autografo. Ele parecia que estava decepcionado, por ‘eu’ não ter conseguido. E que seu resto de sono, foi interrompido em vão.
Olhava para ele enquanto ele dirigia mais ele só olhava para frente. Sua expressão não era de raiva, mais estava seria, fechada.
Senti-me na obrigação de me desculpar, mesmo sabendo que era exatamente aquilo que eu queria que tivesse acontecido.
-Tudo bem! – respondeu ele aos meus pedidos de desculpas.
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Chegamos em casa. Fiquei de costas para a minha porta e fiquei vendo Bastian abrir a dele. Antes de ele entrar, ele se vira pra mim.
-Sinto muito por hoje. –disse ele.
-A culpa foi minha.
-Teremos outras oportunidades. –disse ele piscando. Não consegui dizer nada. –Eu... acho que vou descansar um pouco.
Apenas balancei a cabeça e entrei para minha casa!
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Aconteceu exatamente o que eu queria, mais eu não queria que tivesse acontecido. Eram sentimentos adversos que eu estava sentindo.
 O que eu estava fazendo com ele era injusto. Poderia ter sido justo quando eu o conheci. Mas ele havia mudado!
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O pior de tudo era esse poder que ele tinha de mexer completamente comigo. Influenciando tudo que eu fazia.
Mas eu estava disposta a levar meu plano em frente. Essa fusão de sentimentos em mim, não ia parar enquanto ele não voltasse a me odiar.
Não queria ser amiga dele. E sabia que ele não gostava de mim, como eu gostava dele. Isso fazia em querer continuar. Ia ser melhor para nós dois!
(COMTINUA)

quinta-feira, 11 de agosto de 2011

I-Mês XXX Dia

mais que pensado e, enfim, publicado

No dia seguinte acordei com um “Bom dia” da minha tia, que já estava acordada, se arrumando.
 -Vai sair tia?
-Sim. Wanessa me chamou para ver o novo apartamento dela.
-Ela vai se mudar quando?
-Semana que vem.
-A ta.
-Mas se levante. –disse ela se aproximando da cama e puxando as cobertas.
-Não tia. Eu não vou trabalhar essa semana. -tapei a cabeça com medo da reação dela.
-Tudo bem... Eu... Só queria que você tomasse café comigo.
Tirei a cabeço debaixo das cobertas.
-O que? –perguntei não acreditando da questão que ela estava fazendo em tomar café comigo.
-Lin, por favor... não me faça implorar.
-Tudo bem! –me levantei. Ela foi para a porta, abriu e deixou-me passar. Paramos no corredor. –A Sr. espera eu colocar uma roupa...
-Hoje, você pode tomar café assim. Eu não quero me atrasar. Mais, não quero deixar de tomar café com você. –respirei fundo. Não acreditei no que estava ouvindo. Será que as coisas estavam melhorando? –Mas só hoje, ouviu? –disse ela com um sorriso carinhoso no rosto.
-Está bem!

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Estava tão feliz que nem pensei em nada. Descemos e o Sr. Alter estava terminando de colocar a mesa do café. Estava recheada com tudo de bom. Tinha frutas e sucos para minha tia e chocolate, bolo, leite, bolachas, iorgute para mim.

-Bom dia Senhoritas. –disse Sr. Alter.
-Bom dia! –respondemos respectivamente.
Dei uma olhada geral na mesa.
-Hum... Café especial! –falei.
Sentamos-nos. Minha tia pegou chá para ela e uma bolacha de chocolate. No cantinho esquerdo da mesa eu vi algo familiar, mas que eu nunca tinha comido em casa.
-Isso é Bollines? –disse já pegando um e devorando um pedaço.
-Sim! –disse Sr. Alter que estava próximo da mesa.
-Já experimentou tia?
-Sim! Muito bom. Mas hoje só vou ficar com o chá e os biscoitinhos.
Mordi mais um pedaço grande. Senti minha tia olhando para mim.
-Não exagere Lin. Você não vai trabalhar essa semana, mas vai trabalhar ainda esse mês. Depois não vai gostar de fazer regime.
Coloquei o pedaço que estava na minha mão no prato.
-Desculpe! –falei tomando um gole de suco.
-Eu falo para o seu bem querida. –disse ainda minha tia.
-Eu sei. É melhor eu maneira mesmo.
O telefone celular dela toca.
-Desculpa. –disse ela, mas atendendo sem exitar. –Sim, Wanessa. –ela ficou em silêncio escutando com atenção o que a amiga dizia. –Vou ter que demorar mais um pouco. Estou terminando de tomar café. –ela fica mais uns segundos em silêncio. –Então está bem. –e desliga o celular. –Desculpe, Lin, mais vou ter que deixar você terminar de tomar o café sozinha. A Wanessa está me esperando e se demorar a representante da imobiliária não vai esperar.
-Tudo bem tia! Pode ir. –eu não estava com raiva nem triste. Estava feliz pela preocupação dela por interromper nosso café da manhã “em família”.
Ela limpou a boca com um guarda - napo.
-Só um minuto. –disse ela se levantando e subindo as escadas para o quarto. Fiquei na mesa. Coloquei um pé no acento da cadeira que eu estava sentada e dei mais uma mordida no Bollines. Olhei para o relógio na parede que marcava 09:17.
-Abre as cortinas Sr. Alter, fazendo um favor! –ele abriu a cortina e clareou da à mesa.
Depois de uns 10 minutos que minha tia tinha subido para seu quarto, ela, enfim, desce.
-Bom, então eu já vou. –disse ela parada a minha frente.
-Tchau tia! –disse.
-Você vai ficar bem?
-Vou. –respondi sorrindo.


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Ela vai até a porta e se vira para mim e acena. Eu aceno de volta. Ela abre a porta e eu volto minha atenção para a mesa do café.
-Bom dia! – escutei minha tia falando. Achei que era comigo, mas quando eu vi ela de costa para a porta vi que ela estava falando com outra pessoa. Não consegui identificar quem era. A pessoa estava falando muito baixinho. –Pode... Se ela quiser falar com você. É claro. –fiquei tentando ver quem era. Mas, logo descobri, quando minha tia se afastou para a pessoa entrar.
-Bastian! –disse num tom somente para eu ouvir. Minha tia se virou novamente para mim.
-Qualquer coisa... –disse ela da porta. –Peça ajuda para o Alter. –ela piscou e saiu. Bastian se aproximou de onde eu estava. Abaixei o olhar e me concertei na cadeira. Meu coração estava palpitante. Meu corpo queimava. Estava agonizando freneticamente em silêncio. Parecia que o tempo fechou, não conseguia ver mais a beleza do sol que refletia na mesa do café. Não sabia o que dizer e nem tinha o que dizer. Não sabia onde colocar as mãos. Só fiquei paralisada olhando para os lados. Esperando que ele disse alguma coisa.
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-... Eu... A gente... Pode conversar? –disse ele quebrando o silêncio.
-Eu... Acho melhor... Não. –me levantei e fui em direção a escada.
Tinha medo de ele me convencer com sua persuasão pretensiosa de fazer com que eu fizesse o que ele queria. Estava decidida em não fazer aquela campanha. Senti-o indo com pressa atrás de mim. Comecei a subir as escadas mais parei na metade pois ele puxou-me levemente para trás. Olhei para ele.
-Por favor! –falou.
Respirei fundo e me sentei nas escadas. Coloquei as mãos entre as pernas e fiquei olhando para meus pés. Senti Bastian apertando os punhos e logo se sentou ao meu lado e ficou em silêncio.

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-Olha.... –comecei. –Eu... Não vou mudar de idéia.
-Eu sei. –disse Bastian. -... Eu também não vou fazer a campanha não. –olhei para ele que estava olhando pra frente e quando sentiu, eu olhando para ele. Ele também olhou para mim. –Eu... falei com meu pai... –ele volta a olhar pra frente.
-O que... –falei ansiosa. –Você... falou com o seu pai?
-Eu também não vou fazer a campanha... porque...
-Por que?
-Talvez... seja melhor... pra nós dois.
-Certo. –disse voltando a olhar para frente novamente.
Ficamos em silêncio. Não sabíamos que palavras usar. Não sabíamos como agir. Pensei em que ponto cheguei com o meu relacionamento com Bastian. Agora, de alguma forma estávamos ligados. Não queria fazer nada que não fosse com ele. Queria está com ele em todos os momentos. O que ele pensava e falava me importava. Mexia com o que eu pensava. Ele não ter feito a campanha, me fez senti, que ele também me entendia. Que ele também se importava. E, isso, de alguma maneira me assustava. Poderia ser apenas coisas da minha cabeça. Não queria ficar me iludindo. Sabia que de 
uma forma ou de outra, no final das contas, eu que iria sair machucada.

Então, foi naquele momento, que eu tomei uma decisão. Ia fazer com que nosso “relacionamento” voltasse como era antes. Sem sentimentalismo, sem importância. Para que no final, quando tudo acabasse, o distanciamento dele, fosse a coisa que eu mais quisesse.
-Sua tia deixou você ficar assim pela casa? –disse Bastian interrompendo meus pensamentos.

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-O que? –disse sem ter noção do que ele falava. Ele olhou para minha roupa e eu olhei logo em seguida e cruzei meus braços logo a frente de mim. Dei-me conta, que estava de roupa de dormir e descabelada. Justamente no dia que minha tia me deixa ficar a vontade em casa, Bastian aparece para conversar.
-Ãh!...Desculpa! –levantei correndo, terminei de subir as escadas. Bastian veio logo atrás de mim. Entrei no quarto e quando ia fechar a porta ele segura. Olhei primeiro para a mão dele e depois para seu rosto que estava com um leve sorriso. –Eu... preciso...
-Então, antes de você colocar a roupa... Eu queria saber... se tem algum plano para todo essa semana... Que... você está... está atoa.
Olhei para ele ironicamente. Pensei que era uma ótima oportunidade para colocar meu plano em pratica. Iria agir como ele. Ia fazer com que ele me odiasse. Odiasse está comigo. E que voltasse a agir como antes.
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-Na verdade... –fiz uma pausa. –Tenho planos sim.
-Hum... E... eu poderia... Como você sabe... Eu também estou com uma semana de folga...
-Pode sim. Me pega em 30 minutos.
-Tá. –ele sorriu e eu fechei a porta.
Fui tomar um banho. Fiquei pensado em tudo que um cara odeia fazer. No caso do Bastian, poderia já começar com minha demora. Não poderia irritá-lo mais do que uma demora de 1 hora. Estava no chuveiro. Olhei para a banheira e comecei a enchê-la. Enquanto está enchendo, tapei o vaso e sentei para pensar melhor. “O que o homem mais odeia? Talvez... filme de romance. Fazer compras. Com certeza, não pode faltar atrasos, em todos os encontros...” A banheira encheu enquanto eu pensava.
Deitei-me e relaxei. Relaxei tanto que acabei cochilando. Acordei com batidas na porta do meu quarto.
-Já vai. –disse alto o suficiente para quem estivesse do lado de fora, ouvisse. Coloquei meu roupão e fui abri a porta. Abri só uma gretinha. Era Sr. Alter.
-O que aconteceu senhorita Lin. Bastian está de esperando um pouco mais de uma hora. Fora que eu estou te chamando a algum tempo e não me respondia. Estava ficando preocupado. A porta estava trancada...
-Sr. Alter, calma! Eu só peguei no sono, enquanto estava no banho. Fala com o Bastian que eu já estou descendo, está bem?

-Está bem. Com licença.

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Fechei a porta e sorri sozinha. Demorei mais uma meia hora. Escolhi a roupa, o sapato. Fiz uma maquiagem leve e então desci. Bastian estava na janela.
-Desculpe. –disse ainda descendo as escadas. –Acabei... dormindo. –disse com um sorriso sarcástico no rosto. –Não está com raiva, ta?
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Ele olhou para mim, apertando os olhos.
-Não. Até porque eu não sei para onde iremos.
-Para o cinema. –disse indo em direção a porta. Abri e esperei ele se aproximar. Ele passou para fora e eu fechei a porta atrás de mim. Entramos no elevador.
-Sabe que filme vai ver?
-Já!
-Qual?
-Surpresa.
-Certo. Essa semana está por sua conta. –sorri
-Muito bom ouvi isso. –olhei para frente esperando a porta do elevador se abrir.
Entramos no carro.
Ai meu Deus! –disse.
-O que?
-Esqueci minha carteira lá em cima. –olhei para ele com cara de piedade.
-Promete que vai ser rápida?
-Prometo.
Voltei para o elevador. Certifiquei-me que ele não estaria me vendo e subi pelas escadas de uma forma bem tranqüila. Fiquei em frente ao apartamento que eu morava e contei no relógio 10 minutos. E depois voltei a descer as escadas. Nem cheguei a entrar em casa. A carteira estava na minha bolsa.
Cheguei no estacionamento, fui até a parte do motorista. Bastian abaixou o vidro.
-O que foi? Você demorou.
-Desculpa. Mas sabe o que é?
-O que foi dessa vez?
-É... que eu acho que... Eu não quero ir... de carro.
-Você não vai inventar ir de ônibus né?
-Não. Vamos a pé.
-A pé?
Comecei a andar em direção a saída do estacionamento. Ouvi o barulho de Bastian abrindo a porta do carro e correndo atrás de mim.
-Lin, você está louca? –paramos.

-Não. Eu só quero ir andando.
-Mas...
-Nem é tão longe assim.
Ele coçou a nuca.
-Se você não quiser ir. Tudo bem. Mas eu vou andando. –voltei a caminhar. Ouvi o alarme do carro do Bastian fechando o veiculo. Ele se aproximou de mim.
-Então ta.
Passamos pelo parque.
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-Nossa, tem um bom tempo que eu não venho aqui. –disse ele admirando as coisas que via.
-Vamos comer um cachorro quente? –perguntei a ele.
-Não estou com fome!
-Por favor.
-Eu como um pedaço seu.
-Está bem.
Fomos até a barraquinha e pedi um e um copo de refrigerante. Bastian continuava olhando em volta do parque extasiado. Enquanto ele não via, coloquei pimenta picante em uma parte. Mordi a parte sem pimenta e começamos a andar até chegar o cinema. Em seguida ofereci a ele.
-Toma! –virei a parte apimentada para ele.
Ele deu uma bocada sem piedade.
-Hum... –disse ele cuspindo assim que sentiu o ardume.
-O que foi? –perguntei tentando não ri.
-Isso... Isso... É pura pimenta.
-Que nada. A pimenta está fraquinha. Mas toma um pouco de refrigerante.
Propositalmente deixei o único copo cair. Já estávamos em frente ao cinema, onde não vendia nada do lado de fora para comprar.
-Ai meu Deus. Desculpa.
Bastian abanava sua boca.
-Está muito quente. –reclama ele.
-Vamos entrar. Lá você toma um copo de água.
Quando entramos na recepção, ele foi como um furacão beber água. Sorri e fui logo atrás dele.
-E ai, passou? –ele não me respondei de imediato pois ainda estava tomando água.
-Agora sim, refrescou um pouco.
-Ai, desculpa. Acho que eu devo ter exagerado um pouquinho na pimenta. –sai de perto dele.
-Um pouquinho? –reclama ele vindo logo atrás de mim.
Com os ânimos mais tranqüilos fomos até o caixa pagar as entradas.
-Tem certeza que é esse que vamos ver? –escolhi o mesmo filme que vi com a Clarice.
-Você pode ver outro.
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Ele coça a sobrancelha esquerda. Senti que o que ele queria mesmo era justamente ver outro filme.
-Eu vejo sozinha. –disse com manha, com medo de ele acabar não vendo comigo. Ele tinha que assistir o filme comigo, se não, não daria para irritá-lo.
-Não, eu vou ver com você.
-Então vamos entrar. –disse envolvendo o braço dele no meu e o puxando para a sala, antes  que ele desistisse.
O filme começa. Tento falar o filme todo.
-Você acha que ela fez certo? –perguntei a ela em uma das cenas.
-Ãh... Não sei. –disse ele meio com sono.
-Você tem que prestar atenção no filme.
-Mas eu estou prestando.
Ficamos em silêncio. Depois de um tempo, olhei para Bastian e ele estava dormindo. Futuquei ele.
-Acorda. -Ele se posiciona.
-Desculpa.
Voltamos a ficar em silêncio. Seus olhos começam a pescar de novo. Futuquei ele.
-Sabe o que vai acontecer agora?
-Ãh!... –começa a resmungar ele, arregalando os olhos para tentar ficar desperto. –Ele vai beijar ela?
-Isso! Como sabe?
-É o obvio Lin!
-Engraçadinho.
O filme termina e Bastian estava dormindo. Sai devagarzinho para não acordá-lo e deixei-o na sala de cinema. Depois de meia hora, o vi de longe me procurando. Pequei o celular da bolsa e fingi que estava conversando com alguém. O senti mais próximo de mim.
-Lin. – disse ele, logo atrás de mim. virei para trás e a cara dele não estava das melhores.
-Depois eu te ligo. –disse para a suposta pessoa que estaria do outro lado da linha. Coloquei o celular na bolsa.
-Você me deixou lá sozinho?
-Ué, o filme já acabou?
-A meia hora atrás, como  funcionário me falou.
-Você estava dormindo, né? –disse rindo. A cara dele estava muito seria. Parei de ri. –Desculpa... é que eu vim atender uma ligação. Acabei me esquecendo do tempo.
Bastian olhou em volta. Parecia que ele estava contando até 10 para não estoura. Tentei ao maximo não ri da situação. –Desculpa. –disse mais uma vez.
-Tudo bem.  –disse ele.
-Vamos embora ou você quer comer alguma coisa?
-Não. Vamos embora.
Voltamos pra casa. No caminho jogamos conversa fora.
-Você gosta desse tipo de filme mesmo? –perguntou pra mim.
-Gosto.
-Nossa...
-O que?
-Nada.
-Fala. Você ia colocar alguma observação.
-Não. É que... São tão... previsíveis.
-Ah... São bonitinhos. –disse rindo.
-Parecia que você nem estava gostando. Você nem viu o final.
-É que eu já tinha visto.
-Entendi.
Chegamos em casa. Na porta:
-Então ta. –disse ele.
-Está aborrecido?
-Por que estaria? Pela pimenta, ou por você me ter esquecido dentro do cinema? –sorrimos. –O dia foi... estranho.
-Desculpa, não briga comigo, porque você teve a oportunidade de ver outro filme.
Ele fez uma pausa.


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-Parecia que você nem estava gostando. Você nem viu o final.
-É que eu já tinha visto.
-Entendi.
Chegamos em casa. Na porta:
-Então ta. –disse ele.
-Está aborrecido?
-Por que estaria? Pela pimenta, ou por você me ter esquecido dentro do cinema? –sorrimos. –O dia foi... estranho.
-Desculpa, não briga comigo, porque você teve a oportunidade de ver outro filme.
Ele fez uma pausa.
-Mas, ai... Não teria graça... Você não estaria lá. –meu coração foi na boca.
-É... –tentei não falar nada que criasse um clima de paz.
-Tchau. –disse ele. E beijou meu rosto. Fiquei parada no mesmo lugar e vi ele entra em sua casa. Entrei em casa, quase furiosa. Parecia que meu plano não tinha dado certo. Parecia que estava mais apaixonada por ele do que antes. Mas amanhã seria um novo dia. Eu tinha que me superar.
mais que pensado e, enfim, publicado
(CONTINUA)