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Acordei exatamente 4 da manhã. Entrei na internet para ver algumas coisas. Estava tão ansiosa com o que eu ia aprontar com Bastian, que isso me despertou cedo. Queria pesquisar se tinha alguma coisa legal para fazer de ruim com um homem.
Li numa revista que Axl Rose estaria na cidade vizinha dando autógrafos. As coisas estavam ao meu favor. Bastian gostava dele. Tínhamos ido ao ultimo show que ele fez na cidade, mas ele estaria na redondeza para um show especial. Fiquei pensado como eu poderia ser mais chata naquele momento. Olhei para o relógio e era 04:30. Estava cedo para ligar para ele.
Não, para quem estava armando. Liguei. Estava torcendo para que ele tivesse dormindo. Ele tinha o costume de acordar cedo. Mas talvez não estivesse acordado, porque não iria para a empresa.
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O telefone chamou até cair. “Bom, ele está dormindo”. Pensei comigo. Liguei de novo. E de novo. Até que na terceira vez, antes de cair na caixa postal, ele atendeu.
-Alo. –disse ele do outro lado da linha.
-Bastian, você não acredita. –disse toda empolgada.
-Quem está falando? –disse ele, meio que, ainda dormindo.
-Sou eu, a Lin.
-São que horas?
-Hum... 04:33 da manhã.
-Você está bem?
-Estou, por que?
-São 04:30 da manhã...
-04:34.
-Não importa. Por que você está de pé essa hora. Que milagre é esse?
-Desculpa te acordar. –disse com voz mansa.
-Só você mesmo.
-É... eu ligo depois, então. Embora, eu precisasse de você agora cedo... Tchau!
-Não... Espera... Pode falar. –disse ele bocejando. –Agora eu já acordei!
-Então ta. Sabe o que é? Eu estou vendo aqui na internet que Axl Rose vai está na vizinhança dando um dia de autógrafos. Você não pode perder. Você gosta tanto dele.
-É isso? –disse ele com um tom de decepção.
-É...
-Lin, eu não acredito. –disse ele me interrompendo. –Você me acordou pra isso? Do jeito que você falou, parecia que você estava tendo um filho. Você acorda cedo pra essas coisas, mas não acorda para ir trabalhar. –fiquei escutando em silencio mais rindo sem parar. Sem o deixa perceber. –Lin, esquece isso e volta a dormir, e acorde a hora que você quiser. Que eu vou fazer o mesmo.
-Tudo bem, desculpa, ta? –disse interpretando um tom bravo. –Eu só queria um autografo dele. E pensei que você também iria querer. Mas tudo bem. Eu vou sozinha. Tchau.
-Lin... –foi a ultima palavra que eu consegui o ouvi dizer, antes de desligar o telefone na cara dele.
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Comecei a me arrumar. Terminei exatamente 05:15. Estava começando a ficar com medo de não conseguir fazer nada de irritante com Bastian hoje. Desci e fui para cozinha. Sabia que o Sr. Alter estaria lá tomando seu café com o resto dos empregados.
-Bom dia! –disse para todos.
Alguns me olharam assustados me dando bom dia entre os dentes.
-O que aconteceu? –disse Sr. Alter sem grandes demonstrações.
-Nada. Eu só acordei cedo e vou tomar café com vocês.
-Vai sair? –disse Sr. Alter tomando lentamente seu chá.
-Não. Talvez.
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Olhei para o relógio novamente. Marcava quase 05:30. Minha preocupação estava aumentando. Bastian tinha que ir. Quanto determinei esse pensamento. A campanha toca.
-Quem será essa hora? –falou Sr. Alter e já indo em direção a sala. Eu coloquei o copo de leite em minha mão na mesa e fui correndo atrás dele.
Ele abriu a porta. Era Bastian. Meu coração deu um salto de alegria dentro do meu peito.
-Bom dia! –disse Bastian com a pior cara dele de cansaço. Até então ele não tinha me visto. –A Lin, está acordada?
-Estou bem aqui. –disse me mostrando impulsivamente.
-Oi. –disse ele abrindo a boca de sono.
-Com licença senhores, preciso terminar o meu café. –disse Sr. Alter se retirando.
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-Eu já estava saindo. –fui para o lado de fora fechando a porta atrás de mim. Bastian deu um passo para trás. Mas fiquei imprensada entre porta e ele. Ele ficou olhando serio para mim. – O que foi?
Ele não disse nada. Foi até o elevador e a porta logo se abriu. Eu fiquei no mesmo lugar. Parada em frente à porta de casa. Bastian segurou a porta para não fechar.
–Vamos? –disse ele.
-Mas eu pensei...
-Não vou deixar você sair por ai sozinha há essa hora.
Sorri para ele e entramos no elevador!
No elevador:
-Nós vamos de carro, né? –disse ele preocupado.
Não respondi, apenas ri. Chegamos no estacionamento, entramos no carro e seguimos caminho. Chegamos as 06:30 no local onde Axl Rose estaria. O local estava lotado.
-Ai, Cristo! –reclamou Bastian.
-Calma, são só autógrafos, tenho certeza que vai ser rapidinho.
-Deus te ouça. -Falou ele se posicionado a minha frente.
O tempo foi passando, passando. Depois de 02 horas, Bastian começa a reclamar:
-Ele não vai chegar mais não?
-Calma, ele vai chegar. –acalmei-o
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Eu não estava nem me importando ficar todo aquele tempo em pé. Estava me divertindo tanto vendo a cara de Bastian que eu nem fiquei cansada.
-Preciso ir ao banheiro. –falei com ele.
-E agora? –falou ele.
-Fica aqui que eu já volto.
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Não estava com vontade de ir ao banheiro de verdade, mas estava morrendo de fome.Não tinha tomado café direito. Quando ia tomar Bastian havia chegado. Falei com Bastian que iria no banheiro de uma lanchonete perto. Mas na verdade eu fui fazer um lanche. Contei no relógio o tempo exato de 1 hora. Meu telefone toca:
-Cadê você?
-Desculpa, eu aproveitei para fazer um lanche. Vem pra cá. Você aproveita de senta um pouco.
-Mais e a fila?
–Eu vou pra ir!
-Então eu vou esperar você chegar e depois eu vou.
-Beleza. –desligamos o telefone.
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Fui até a fila.
-Pode ir. Aproveita e descansa.
-Tá. –disse ele já de costas.
Todo mundo que chegava, eu deixava entrar na frente. Queria perder o dia todo naquele lugar. Aquilo pra mim estava sendo emocionante.
Depois de trinta minutos Bastian chega.
-Já? –disse.
Ele não me respondeu, apenas olhou para a fila.
-Tem certeza que estávamos aqui?
-Tenho.
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Voltamos a ficar em silencio. Mais uma hora se passou. Bastian já tinha suspirado varias vezes, sentou no chão, ficou de pé, encostou-se ao muro, ficou de pé, voltou a sentar no muro.
-Não agüento mais - reclamou ele.
-Se você quiser pode... –minha frase foi interrompida por gritos desesperados. –Acho que ele chegou disse.
-Graças a Deus! –diz Bastian.
Ele se posiciona com a postura ereta na minha frente. Após 10 minutos, a fila começa a dar passos vagarosos. E assim vamos seguindo. Lentamente. Bastian não parava de abrir a boca de sono.
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Estava tão feliz que estava conseguindo que, sem querer, soltava um riso, mais Bastian não via, pois estava na minha frente.
Mais uma hora se passou e quando faltavam 10 pessoas para chegar nossa vez Axl Rose, deu um tchau para todos, acenando sem grandes emoções e foi embora.
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Todo o restante ficou decepcionado. Bastian continuou parado no mesmo lugar sem se mexer, enquanto a fila se desfazia aos poucos. Fiquei olhando para a cara dele, mais o mesmo, olhava para a porta onde Axl Rose entrou e em seguida desapareceu lá pra dentro.
Ouvíamos pessoas chorando e outras gritando o nome de Axl Rose.
-Não precisa ficar assim Bastian. Eu sei que você queria o autografo, mais de outra vez a gente consegue. –falei como se estivesse me importando por não ter conseguido o autografo.
Ele não me responde nada. Após 1 minuto volto a falar com ele.
-Bastian... –ele não me responde. –Bastian...
-Vamos embora. –foi à única coisa que ele disse antes de virar as costas para mim e seguir em direção ao carro.
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Ficamos em silencio. Por alguns minutos comecei a me sentir culpada. Eu sabia que ele não estava nem ai para o autografo. Ele parecia que estava decepcionado, por ‘eu’ não ter conseguido. E que seu resto de sono, foi interrompido em vão.
Olhava para ele enquanto ele dirigia mais ele só olhava para frente. Sua expressão não era de raiva, mais estava seria, fechada.
Senti-me na obrigação de me desculpar, mesmo sabendo que era exatamente aquilo que eu queria que tivesse acontecido.
-Tudo bem! – respondeu ele aos meus pedidos de desculpas.
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Chegamos em casa. Fiquei de costas para a minha porta e fiquei vendo Bastian abrir a dele. Antes de ele entrar, ele se vira pra mim.
-Sinto muito por hoje. –disse ele.
-A culpa foi minha.
-Teremos outras oportunidades. –disse ele piscando. Não consegui dizer nada. –Eu... acho que vou descansar um pouco.
Apenas balancei a cabeça e entrei para minha casa!
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Aconteceu exatamente o que eu queria, mais eu não queria que tivesse acontecido. Eram sentimentos adversos que eu estava sentindo.
O que eu estava fazendo com ele era injusto. Poderia ter sido justo quando eu o conheci. Mas ele havia mudado!
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O pior de tudo era esse poder que ele tinha de mexer completamente comigo. Influenciando tudo que eu fazia.
Mas eu estava disposta a levar meu plano em frente. Essa fusão de sentimentos em mim, não ia parar enquanto ele não voltasse a me odiar.
Não queria ser amiga dele. E sabia que ele não gostava de mim, como eu gostava dele. Isso fazia em querer continuar. Ia ser melhor para nós dois!
(COMTINUA)