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sexta-feira, 5 de agosto de 2011

I-Mês XXVIII Dia

mais que pensado e, enfim, publicado

Olhei para o relógio e era 01h37min da manhã, e a chuva não parava de cair. Os clarões começaram logo depois. Tapei minha cabeça para não vê-los. Mais ai, começou os trovões e eles surgiam mais altos. Assim, como de costume, fui para debaixo da cama. Por mais que isso não fizesse a chuva, os trovões nem os relâmpagos pararem, eu me sentia segura. Às vezes eu até conseguia pegar no sono de novo. O que não foi dessa vez. Parece que no interior as chuvas são mais fortes, então, isso me tirava o sono.
-Lin? -era a voz do Sr. Martin.
Estava acordada mais não queria responder.
-Lin!
Então ele se abaixou.
-Você está ai! –disse ele sorrindo.
-Medo de trovões?
Balancei a cabeça. Ele sorri.
-Acho que tem bolo de chocolate na geladeira. A gente poderia comer para você se esquecer um pouco da chuva.
Essa foi a primeira vez que assemelhei Sr. Martin com o meu pai. Lembrei de quando fazíamos isso, nas noites de chuva forte. Sai de debaixo da cama e fomos para a cozinha em silencio. Ao chegarmos, sentei-me numa cadeira e apoiei meus cotovelos sobre a mesa. Sr. Martin abriu a geladeira e pegou uma travessa onde tinha um pouco mais da metade de uma bandeja de bolo de chocolate com cobertura de brigadeiro. Ele coloca na mesa, abre uma gaveta e pega talheres e dois pratos. Separa para mim e ele.
-Pode atacar disse ele.
Estiquei meus braços para aproximar o bolo para perto de mim. Tirei um pedaço e coloquei no prato vazio que ele havia colocado perto de mim. Depois ele também pegou um pedaço.
-Está bom? –disse ele com a boca relativamente cheia.
Balancei a cabeça afirmando que estava bom. E realmente. Já fazia tempo que eu não comia um bolo de chocolate tão bom!Ficamos em silencio enquanto comiamos. Fiquei pensando como ele sabia que eu gostava de bolo de chocolate e tinha medo de chuva. Lembrei-me que o Bastian sabia e poderia ter contato para ele. Fiquei feliz com a hipótese dele falar de mim para as outras pessoas. Espero que sempre bem.
-E ai... –tentou Sr. Martin, puxar assunto. –O pessoal é bem legal não é mesmo?
-É sim!
-Mieche e Mithi gostaram muito de você.
-Elas são muito engraçadas! –sorri e me lembrei quando elas me disseram que queriam ser modelo, ou atriz. –Acho que elas seriam boas manequins.
-Acha?
-Sim. Elas me falaram que já pensaram. Mas como elas moram tão longe da cidade...
-Fica complicado. –concluiu ele.
-É!
-E você? Pensa em fazer o que dá vida?
-Como assim?
-Você quer continuar com o que você faz? Já pensou em fazer alguma outra coisa? Seguir outra profissão?
-Bom... Na verdade... No começo... Eu não gostava de fotografar... Mas acho que acabei me acostumando. Não sei fazer outra coisa.
-Não diga isso. Tenho certeza que você tem muitos talentos.
Um som forte de trovão fez meu coração pular no meu peito.
-Calma você está segura aqui dentro. –me tranqüilizou.
Olhei para ele em agradecimento, e sorri.
-Estou feliz por você está aqui. –fiquei um pouco sem graça mais estava feliz por ter ouvido aquilo. –Espero podermos fazer isso mais vezes.
-É...
-Você está ai! –disse Bastian entrando na cozinha.
-Oi! –disse para ele.
Ele chega perto de nos e se senta em uma cadeira.
-Passei no seu quarto... Pra ver se estava tudo bem... Mais você... Não estava.
-Convidei Lin para comer um pedaço de bolo de chocolate. –disse o pai dele.
-Certo! –disse Bastian.
-Ainda tem. Você quer? –ofereci.
Bastian levantou o ombro indiferente. Sr. Martin se levantou e abriu as mesmas gavetas que pegou os pratos e os talheres para nos e tirou mais um prato e talher e colocou na frente do Bastian. Ele pegou um pedaço de bolo e começou a comer.
-Estávamos falando do que queremos fazer da vida! –disse tentando colocar Bastian na conversa e não ficar entediante.
Ele não disse nada devido a boca cheia.
-Você sempre quis fazer o que você faz? –perguntei.
Bastian olhou para o pai por cima dos olhos e voltou a cortar um pedaço de bolo. Mas não comeu.
-Não. –disse ele e depois devorou o bolo que estava posto na colher.
-Serio? E o que você queria ser?
-Veterinário!
- Veterinário? Que louco. Nunca te imaginei como um.
-É! –disse ele com um pensamento longe.
-Por que você não é?
-Já conversamos sobre isso. –disse Sr. Martin como se não tivesse gostando da conversa.
Resolvi não tentar.
-Às vezes Lin, nos somos OBRIGADOS... –ele olha para o pai. –A seguir outro rumo na vida. Tenho certeza que você não queria ter a vida que você está tento, certo?
Não respondi nada. Embora fosse pura verdade, parecia que aquelas palavras não estavam sendo para mim. Pois ele não parou de olhar para o pai.
-Se tudo na vida fosse fácil, Bastian. Não teríamos por quem lutar. –disse o pai dele.
-Quando a luta é nossa. Mas lutar por outros...
-Não vamos começar. –interrompeu Sr. Martin
Estava começando a me assustar. Parecia que eu estava no meio de uma guerra de titãs.
-... Lutar por objetivos em vãos não é o mais sensato... –ele altera a voz.
-Bastian...
-... Nem uma forma de mostrar nada. É apenas lutar contra o vento. –nesse ponto ele já estava praticamente gritando. –Não adianta que as coisas não vão sair como você planeja no seu mundinho.
Os dois se encaram. Bastian sai da cozinha. Sr. Martin continua na mesma posição. Eu não sabia o que dizer. O que fazer. Não fazia a mínima idéia do que eles estavam dizendo. Mas compreendi que Bastian tinham problemas tanto quanto eu.
-Desculpa Lin. –ele sai e me deixa na cozinha sozinha.
A chuva para assim quando ele sai. Parecia que foi improvisado.

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Fui para meu quarto e tentei pegar no sono. Porem, não parava de pensar no Bastian e no seu pai.
Quando amanheceu me levantei com o raio de sol bem no meu rosto. Olhei para o relógio e era 08h03min.
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Tomei um banho e coloquei uma roupa mais fresca. Nem parecia que tinha caído um mundo de águas de noite. Abri a porta do meu quarto e vi que o corredor está em silencio. O quaro do Bastian ficava ao lado do meu.
Se ele tivesse acordado, com certeza ele teria me acordado. Parei em frente a porta dele e dei três batidas leve.
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-Entra. –disse ele de dentro.
Ele estava sem camisa e estava enxugando o rosto.
-Bom dia. –respondi meio sem graça por ontem.
-Bom dia. -disse ele colocando a toalha em cima da cama e pegando uma camisa preta e colocando. –Que milagre é esse.
-É... Parece que eu levantei primeiro.
-Ou não. Talvez levantamos ao mesmo tempo.
-É. Pode ser.
-Vamos tomar café. –disse ele envolvendo seus braços no meu pescoço e dando um leve cascudo como se eu fosse sua irmã mais nova.
Parecia que ele não estava abalado com nada que tinha acontecido à noite. Parecia que ele tinha passado o resto da noite tranquilamente. Enquanto eu ficava dando voltas na cama tentando saber que sofrimento ele passava.
Chegamos à sala de jantar e quase todos já estavam menos o Sr. Martin.
-Bom dia. –disse Bastian e todos responderam.
-Eu queria saber quem atacou minha cozinha à noite. –disse a  Sr.ª Matilde.
-Não faço idéia. –disse Bastian serio. Tentando disfarçar, como se ele não tivesse nada a haver. Eu tive que rir.
-Assim você estraga meu disfarce. –me cutucou e disse baixinho.
-Fiquei sabendo que temos vizinhos novos. –disse Jenny.
-Verdade? Eu não sabia. –disse Bastian.
Depois do café da manhã eu e Bastian fomos até esses novos vizinhos.
Era um casarão antigo no meio do mato. Parecia que estava abandonado. Havia três caminhões estacionados no jardim descuidado.
-Fiquei sabendo que temos vizinhos novos. –disse Jenny.
-Verdade? Eu não sabia. –disse Bastian.
Depois do café da manhã eu e Bastian fomos até esses novos vizinhos.
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-Isso leve tudo para dentro. –ouvimos de onde a voz vinha e fomos atrás. Está mais perto da casa um rapaz de óculos de Harry Potter colorido como do Elton John. Usava uma camisa com Bob Marley estampadas. Usava chinelos de dedo e seu cabelo curto, ruivo tinha apenas uma mexa atrás trançado com as cores do reggae.  Sua estrutura corporal era magrela e ele tinha sarnas no nariz.
-E ae, pessoal! –disse ele assim que nos viu.
-Bom dia! –dissemos eu e Bastian.
-Você deve ser o novo vizinho. –disse Bastian.
-É isso ai. Chegamos de mudança ontem à tarde. Ainda está uma loucura. Meus avôs são loucos. Deixaram-me tomando conta da arrumação. –ele começou a ri.
-Ah!... Certo. –disse Bastian tentando entender o motivo de tanto riso.
-Eu me chamo Adams Misther III. Mas pode de chamar de Chin!
-Prazer Chin, eu me chamo Bastian
-E eu som Lin.
-Prazer. Vai ser um prazer ser vizinhos de vocês.
-Não moramos aqui. Somos da cidade. Só estamos passando o feriado.
-Ah! Saquei. Eu era de lá também, ta ligado, mais meus avos gostam de ficar em contato com a natureza. Assim nada contra. Eu também me amarro nela. “A gente tem que levar a vida que a gente leva”. –e mais uma vez ele começou a ri.
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E Bastian nos olhamos e rimos sem graça.
-Certo. –disse Bastian.
-Hum... Já vi tudo. Vocês estão se amando, né?
-Não. –dissemos juntos.
-Quer dizer. Somos... Namorados. –nos explicou Bastian.
-É isso ai, pessoal. O amor está no ar.

Eu e Bastian nos olhamos novamente. Chin não falava coisa com coisa.
-E... Seus pais? Eles também vêm pra cá? –perguntei.
-Não! –ele fez uma pausa. –Eles partirão.
-Ou... Sinto muito... –disse em pesar.
-Não... –me interrompeu Chin. - Eles partirão para outra cidade. –disse ele não se agüentando de tanto ri. –Vocês são pirados mesmo.
Nós éramos pirados?
-É!... A gente já está indo. –disse Bastian me puxando.
Eu e Bastian nos olhamos novamente. Chin não falava coisa com coisa.
-E... Seus pais? Eles também vêm pra cá? –perguntei.
-Não! –ele fez uma pausa. –Eles partirão.
-Ou... Sinto muito... –disse em pesar.
-Não... –me interrompeu Chin. - Eles partirão para outra cidade. –disse ele não se agüentando de tanto ri. –Vocês são pirados mesmo.
Nós éramos pirados?
-É!... A gente já está indo. –disse Bastian me puxando.
-Então ta. Aparecem mais vezes para tomarmos um chá.
Estávamos já quase chegando a casa.
-Tomar chá? Só de for de erva de maconha que ele vai oferecer. –disse Bastian.
-Que horror. Ele parece ser gente boa.
-Gente boa? Ele disse que nós somos os pirados.
Sorrimos. Entramos em casa e Jenny estava na varanda na rede.
-Onde vocês estavam? Espero que não estavam namorando pelo mato! Isso seria nojento.
-Não. –disse a ela.
-Fomos conhecer o novo vizinho. –disse Bastian.
-A tarde vai ter um rockzinho no centro. Vamos?
-Eu não estou a fim não. –reclamou Bastian.
-Eu vou. –falei.
-Então beleza. –disse Jenny fazendo careta para Bastian.


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-Dizem que essas festas do interior são bem animadas. –disse empolgada.
-E são mesmo. E tem uns fazendeiros gatinhos. Uns piões... –suspira Jenny.
Entramos e almoçamos. Notei que Sr. Martin também não tinha comparecido.
-Onde está seu pai? –perguntei baixinho para Bastian.
Ele deu com os ombros e continuou comendo. Resolvi não perguntar mais.
Mais à tarde Jenny bate na porta do meu quarto. Ela está muito bonita. Calça jeans com botas cowgirl. Blusa xadrez com a barriga aparecendo e o chapéu de cowboy.
-Está pronta?
-Estou. Não tanto como você? Eu não sabia... Que eu ia para uma... Festa do interior.
-Você está ótima.
Eu estava com uma calça jeans botas e uma regata branca.
-Vamos que eu não quero me atrasar. –disse ela me puxando do quarto.
No meio do corredor encontramos Joel.
-Posso saber aonde as princesas vão?
-Não é da sua conta. –disse Jenny.
-Assim eu fico apaixonado por você.
Fomos no Jipe que estava estacionado do lado de fora.  Chegamos num local aonde chegava pessoas de toda parte. Podíamos ouvir a musica do lado de fora. Havia pessoas de todos os estilos e de todas as belezas. Entramos no local. Estava se apresentando uma banda local que tocava. Todos estavam acompanhando e Jenny, se arriscou no refrão. Procuramos uma mesa.
-Não sabia que gostava desse estilo? –perguntei a ela.
-Na verdade não gosto. Mas às vezes é bom. Revejo os amigos e me solto um pouco. Mais não sempre.
-Assim. Entendi.
-Se quiser beber alguma coisa. Terá de ir até o balcão pedir.
-Pode deixar.
Falávamos gritando. Quase não conseguíamos nos ouvir.
-Eu vou lá agora. Quer alguma coisa?
-Por enquanto não. –respondi.
Ela saiu e eu fiquei olhando em volta. A banda tinha terminado de tocar e se retiraram do talco improvisado. Um grupo de garotas subiu no palco. Começou a tocar uma musica e elas começaram a fazer uma coreografia acompanhando as batidas. Pareciam que eram profissionais.
Jenny demorou o tempo de o grupo acabar.
-Onde você está? –perguntei.
-Estava falando uns Ois!
-“Uns Ois”, né?
-Tome. –ela coloca uma latinha na minha frente. –Trouxe um energético pra você. Você vai precisar.
-Obrigada.
Tomei a bebida. E engoli seco.
-É... Gostoso. –disse.
-Não é horrível. –disse ela rindo de mim.
-Isso é energético mesmo?
-É sim. O pessoal toma para virar a noite.
-Mas eu não posso vou embora amanhã cedo.
-Então, melhor não abusar. –disse ela tomando um cole também. –Éka. –reclamou ela.
Rimos da cara feia que ela fez.
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-Posso saber o que as duas moças estão fazendo sozinhas na mesa? Só com um energético? –disse um homem alto com barba e olhos azuis, vestido como um verdadeiro fazendeiro.
-Hum... –disse Jenny depois de mais um gole. –Estamos providenciando para curtir a festa.
-Se quiserem uma bebida mais forte. Estarei na mesa quatro.
-Pode deixar que a gente te procura. –disse Joel por trás dele.
-Joel? –disse Jenny com uma cara de desanimo.
-Eu sei que você está feliz em nos ver? –disse ele.
-Não mesmo.
O homem saiu de fininho. Vi o Bastian logo atrás dele.
-Você disse que não queria vir. –perguntei para Bastian.
-Joel... Obrigou-me.
-Obriguei né? –disse ele rindo.
A noite foi passando e a Jenny e Joel enchia a cara.
-Bom como vocês vieram. Vocês resolvem quem vai ficar sem beber para levar a gente de volta. –propôs Jenny.
Joel pegou o copo da mão dela e tomou todo o conteúdo num só gole.
-Eu já estou bêbado. –brincou ele.
-Está bem. –disse Bastian.
-Se Lin soubesse dirigir poderia levar todo mundo. Ela não gosta de beber. –disse Jenny.
-Tudo bem pessoal. Eu não estou a fim de beber. –disse Bastian.
-Esqueci que você é o Sr. Certinho Chato. –reclamou ela.
Sorrimos. Começou a tocar uma musica cowtry remixada.
-Eu vou dançar. Vem comigo Joel.
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Ela subiu no palco improvisado juntos com outras pessoas. Essa hora ela já estava falando que o gato era um lindo cachorrinho.
-Vamos dançar também? –propus para Bastian.
-Não, não estou afim não.
-Ah!... Então por que você veio?
-Ãh!... Só... Pra fazer... Companhia para o Joel.
Essa não era a resposta que eu queria ouvir. Queria que ele estivesse com ciúme de mim e fosse lá para me olhar. Mas não foi isso que ele disse.
-Eu vou dançar. –disse já me levantando.
Subi no mesmo palco que Jenny e Joel estavam.
-Isso ai garota. –disse ela.




Dançamos por bastante tempo. Estava tudo animado e divertido. Joel não poderia desperdiçar aquela oportunidade de tirar uma casquinha da Jenny. E ele a beijou.

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Não sei se era por causa da bebida. Mas ela retribuiu ardentemente. Virei para outro lado e continuei dançado. Estava me sentindo bem.


Um cara veio dançar comigo. Ele era negro e tinha olhos verdes, um sorriso branco e parecia ser simpático. Não parecia que me ia “atacar”. As pessoas do interior eram bem pacificas e sabiam se portar. Se fosse numa boate na cidade, uma festa daquelas já teria saído briga.
Dançamos só por alguns minutos.
-Já chega cara. –disse Bastian tirando ele da minha frente.
-Desculpa. Não sabia que ela era sua namorada. –se defendeu o homem.
-Está sabendo agora.
O homem saiu de perto da gente. Fiquei parada.
-Por que você é sempre estraga prazeres?
-Eu conheço quase todo mundo daqui e eu não quero ser o “corno”.
-Ah... É isso? –ele não diz nada. Só ficamos nos olhando. –Desculpa estragar sua reputação de bom moço.

Sai do palco e fui em direção a mesa onde estávamos. Queria ir embora, mas não podia estragar a noite da Jenny e muito menos do Joel. Sentei-me e cruzei os braços e fiquei olhando para frente. Mas não via o que realmente o que estava acontecendo. Não parava de pensar como Bastian era egoísta e sínico. Bastian se sentou ao meu lado e ficou olhando para o outro lado.


 
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Não trocamos, mas nenhuma palavra. Ficamos ali por mais uma hora. Até Jenny e Joel se cansarem.



-Eu preciso ir embora. –disse Jenny sorrindo. Como se estivesse ouvindo uma piada.





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Joel não estava tão bêbado. Ele iria querer se lembrar da noite que ficou com Jenny.
-Vamos embora. –disse Bastian.
Jenny e Joel se sentaram na parte de trás. Ela foi vomitando o caminho todo. Joel estava quase dormindo. E, eu e Bastian não trocamos uma palavra.
Chegamos a casa e fui direto para o meu quarto. Joel e Bastian levaram Jenny desmaiada de tanto beber para o quarto dela.
Tomei um banho e fiquei pensando que aquilo que Bastian falou poderia ter estragado todo o meu feriado. Mas, tentei pensar em outras coisas. Meu final de semana foi perfeito e ele não ia estragar.
Coloquei minha roupa de dormir. E quando estava indo me deitar a porta bate. Era Bastian eu fecho a porta na cara dele e vou em direção a cama. Ele abre e entra no quarto.
-Olha só. Eu não entendo o motivo de você ficar assim?
-Não entende? –perguntei. –Deve ser pelo fato de você ser a pessoa mais... Mais... Antipática do mundo... Deve ser pelo fato de você ser a pessoa, mais... Mais... Egoísta que eu conheço... Que só pensa em você mesmo e no seu mundinho perfeito.
-Eu egoísta? –disse ele elevando a voz. –O que eu não sou é egoísta. Sacrifiquei minha vida toda por planos que nunca foram meus. O Mundo está muito longe de ser perfeito. Meu mundo está longe de ser igual o seu...
-Igual o meu? Você acha isso? Você deve achar que eu reclamo atoa, né?
-Quer saber?... Na verdade... Eu acho às vezes, sim!
-Você é um cretino... Não sei como seu pai de agüenta. Deve ser por isso que ele é tão rabugento. Não sei como ele te suporta. Ter que Ver sua cara todos os dias. Não sei como sua mãe te agüentou.
-NÃO FALA DA MINHA MÃE.
Parece que o tempo parou em nós. Bastian nunca tinha gritado desse jeito comigo. Acho que, se ele pudesse, ele me esmurrava ali mesmo.
-NÃO FALA DA MINHA MÃE. –repetiu ele no mesmo tom. –Você não a conheceu. –ele ainda estava gritando, porem não tanto como antes. –Você não tem o direito de falar nada... Dela. –ele se aproximou de mim. Dei um passo pra trás. Estava com muito medo. Meus olhos se encheram de água.
-Descul... –dentei me justificar da besteira que tinha falado, mas ele não deixou.
-Minha mãe foi melhor do que pessoa que você já conheceu... Melhor do que a SUA... –fechei os olhos. –Melhor do que o meu pai... Melhor do que o seu pai.
Eu tinha todo o direito de ouvir aquilo. Eu tinha provocado. Independente de qualquer coisa que Bastian tivesse feito comigo. Não deveria ter falado aquilo.

Coloquei uma das mãos na boca e chorei.
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-Desculpa... –eu não conseguia falar mais nada, alem de “desculpa”.
Ele rodava pelo meu quarto passando a mão na cabeça, como se tivesse se recuperando para me atingir com mais palavras.
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-Desculpa... –eu não conseguia falar mais nada, alem de “desculpa”.
Ele rodava pelo meu quarto passando a mão na cabeça, como se tivesse se recuperando para me atingir com mais palavras.
Quando ele olhava para mim, podia ver seus olhos ardentes de ódio. Ele sai do quarto. E eu fico na mesma posição. Não sei como que ninguém ouviu a discussão. Eu não sabia o que fazer. O que pensar. Estava atordoada com meus próprios pensamentos.
A porta se abre novamente.
-O pior de tudo é o que você consegue fazer. Com minha cabeça. Eu odeio... Quando você faz isso... –era Bastian novamente. Meu coração foi na boca.
-O que... –tentei saber o que ele queria dizer.
-Você sempre faz isso... Eu consigo... Ficar com raiva de mim mesmo, quando a gente briga... E você faz isso de propósito. –ele não estava falando compreensivelmente, mas me senti ainda mais culpada. Tentava segurar as lagrimas dentro do meu coração, mas elas transbordavam nos meus olhos. 










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-Ãh... –dentei dizer alguma. Realmente tentei. O tom de voz dele ainda está alto e atordoado. Queria que aquela situação nunca fosse acabar. -Eu odeio... Que você... Consegue me deixar péssimo comigo mesmo... Como... Se eu tivesse matado... –seu rosto estava bom próximo do meu, mas seu tom de voz não diminuiu. –Você consegue... –ele respira fundo e abaixa o tom de voz, como se ninguém pudesse ouvir. -... Me enlouquecer.
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Olhei no fundo dos olhos dele. Ele passou a mão em meu rosto e se aproximou ainda mais de mim. Beijou minha bochecha e com os olhos ainda fechados beijou a ponta do meu nariz. Pudia sentir o peito dele ofegante. Parecia que ele estava mais nervoso do que eu. A mão dele em meu rosto parecia que era fogo. Meu corpo se arrepia. Nossos lábios se abriram e podíamos sentir o ar que saia de nossa boca.
Mas nada aconteceu.
-Boa noite. –disse ele. Se afastando aos poucos de mim.

Engoli seco. E não disse nada. Só o vi sair do quarto.
Não era a primeira vez que quase nos beijamos. Não entendia o porquê não tinha acontecido ainda. Fui para o banheiro e me olhei no espelho. Fiquei pensando se eu era uma pessoa beijavel.
Talvez, meus lábios não eram tão sexy ou atraente. Cheguei a pensar que eu estivesse com mau-hálito. Se ele não gostasse de mim ele nem tentaria por varias vezes. O que o impedia. Eu esperava por um beijo dele por tempos. Queria que meu primeiro beijo fosse dele.
Parecia que eu estava lendo um livro de romance de 500 paginas. E que eu estava na pagina de numero 400 e o beijo ainda não tinha acontecido. Talvez ele tivesse pena. Isso era inaceitável para mim.
Adormeci pensando o que poderia ter acontecido, o que eu faria. Como nos encararíamos amanhã.
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(CONTINUA)

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