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domingo, 17 de julho de 2011

I-Mês XXII Dia

mais que pensado e, enfim, publicado

Aquela noite quase não consegui dormir. Fiquei pensando e relembrando em cada palavra que ele me disse e do momento da dança. Aquela foi a primeira vez que quase nos beijamos. Cheguei a pensar se eu estava realmente gostando dele. Então comecei a avaliar a possibilidade.
Quem sabe o namoro de mentira não poderia virar realidade. Ele conseguia mexer com meus sentimentos e controlar minhas emoções. Seu charme me deixava constrangida. Tudo bem que sempre que o via meu coração disparava. Mas nos últimos dias era de uma maneira diferente. E quando ele falou todas aquelas coisas para mim parecia que era outra pessoa. Não o cara embirrado, serio, de mau humor e ignorante que eu tinha conhecido.
Mas, também, talvez não seja aquilo tudo que estava pensando. E se ele não estivesse gostando de mim? Talvez ele estivesse sendo apenas mais flexível. Tudo poderia ter sido apenas a adrenalina que estava correndo. Talvez não fosse nada mesmo. Apenas coisas da minha cabeça.
Ficar pensando nisso a noite toda, fez perder o sono. E por isso, acabei pulando da cama mais cedo.
Alguém bate na porta e já entra.
-Com licença. –olhei para trás, pois estava na minha banqueta de maquiagem que ficava de frente para porta. Era Bastian –Sr. Alter falou que eu pudia subir porque você estava de pé. Eu tinha que ver isso com meus olhos próprios olhos. –nos sorrimos.
-Muito engraçado. –voltei a me olhar no espelho.
-Então... Dormiu bem?
-Não... Quer dizer... Sim.
-Sim ou não? –disse ele sorrindo. Pensei que talvez não fosse bom dizer que não dormi direito. Com certeza ele iria perguntar o porquê. E eu não ia dizer que era por causa dele. E como eu não sou muito boa de inventar desculpas, decidi dizer que dormi bem.
-Sim. Eu dormi bem, sim.
-Eu fiquei pensando na proposta que você me fez.
-Qual?
-De irmos um dia de ônibus.
-Serio? –disse sorrindo.
-Serio.
-Então... Tá...
-Eu vou deixar você se arrumar.
-Tá... Vai ser... Bem rapidinho.
-Certo. –disse ele sorrindo e fechando a porta do quarto.
Corri para o banheiro com um sorriso de orelha a orelha. Na verdade um sorriso ridículo no rosto. A maioria das pessoas desejaria poder ir para o serviço de carro particular. Ainda mais com um motorista particular. Eu e Bastian estávamos sendo ridículos. Mas o legal que ele estava fazendo isso por mim. Isso fazia criar esperanças mais ridículas ainda. Ainda bem que logo voltava a realidade.
Na verdade acho que não estava gostando dele e sim estava gostando da atenção que estava recebendo. Isso. Há muito tempo eu não sabia o que era ter atenção. Minha tia me dava o mínimo possível. Sempre ocupada com alguma coisa, alguma festa, algum jantar ou com a Wanessa. 
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Sr.Alter era o que mais me ouvia. Era um amigo para todas as horas.
Quanto terminei de me arrumar desci correndo as escadas. Bastian estava conversando com minha tia. Ela estava tomando café mais ele não. Esta de pé, com as duas mãos apoiadas no encosto da cadeira escutando-a.
-Estou pronta. –disse.
-Bom dia pra você também Lin. –disse minha tia.
-Desculpe. Bom dia tia... É que... Eu não que atrasar. –eu e Bastian nos olhamos.
-Calma... Pode tomar café. –disse ele sorrindo.
-Esta bem.
Sentei-me na cadeira que ele estava apoiado e puxou para me sentar.
-Você já tomou café? –perguntei.
-Não. Eu estou com um pouco de enjôo. Não consigo comer.
-Você esta bem?
-Estou sim.
Ele se sentou na cadeira ao meu lado colocando as mãos sobre a mesa.
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-Sabe o que seria uma boa idéia? –disse minha tia. Olhamos para ela. –Um anel. - cuspi um pouco de suco sobre a mesa. –O que a de errado com você Lin? –disse minha tia brigando.
-Desculpa. Eu me engasguei.
-Sei. –disse ela olhando feio para mim. –Mas como eu ia dizendo. Um anel. Isso faria vocês dois parecerem... Mais real. O que você acha Bastian?
-Pra mim tanto faz.
-É! –disse logo em seguida. –Tanto... Faz.
Não queria nem pensar. Tinha meus motivos particulares para não querer um anel. E se eu falasse naquela hora, iam me achar uma boba.
Aquela conversa até me tirou o apetite.
-Já terminei. Vamos?
-Vamos.
No ponto de ônibus tinha muitas pessoas.
-Espero que todas essas pessoas não pequem o mesmo ônibus que nos. –disse Bastian um pouco preocupado.
-Se você não quiser tudo bem. Esta perto de casa a gente pode voltar.
-Não. Esta... Tudo bem.
Após que uns quinze minutos o nosso ônibus chegou. Lotado. Eu e ele demos sinal respectivamente. Sorri para ele e ele olhou para mim um pouco ansioso.
O ônibus parou e abriu as portas. Algumas pessoas entraram na nossa frente. Pareciam que estavam com presa. Esbarravam na gente e nem se desculpavam.

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Outras ficaram atrás de nós esperando que entrássemos. O que aconteceu em fim. Não foram todos do ponto de ônibus que pegou o mesmo ônibus que nos. Mas como ele já estava lotado. Ele ficou mais ainda.
Quase não conseguimos passar na roleta. Durante um tempo. Ficamos perto do motorista. Depois que conseguimos pagar a passagem e ir para o outro lado. Estava mais apertado ainda. Como eu não era tão alta, não conseguia um bom apoio para me segurar.
-Segura em mim. –disse Bastian.
Então envolvi meus braços nele. Senti o coração dele bater de uma forma diferente e pude sentir que a respiração dele não estava normal.
-Você esta bem? –perguntei.
-Acho que sim.
Olhei para o seu rosto que estava soando. E seus olhos estavam caídos.
-Tem certeza que você esta bem?
-Não consigo respirar.
Assim que ele disse isso ele caiu. Só não caiu diretamente no chão, pois seu corpo ficou escorado em mim.
-Bastian?
O ônibus parou para pegar mais passageiros.
-Bastian? –ele estava desacordado.
Meus braços já não estavam agüentados mais o peso do seu corpo.
-Bastian acorda! –pedi. Estava começando ficar nervosa. –Bastian, por favor.
O ônibus arrancou para voltar a andar. Esbarrei em um homem. O que fez com que eu não caísse.

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Fui escorregando com Bastian em meus braços. Estava querendo chorar.









-Você esta bem? –disse o homem que eu esbarrei.
-Me ajude com ele, por favor. –nisso eu já estava em prantos.
-O que aconteceu com ele? –disse outro homem, já pegando ele por um braço e me aliviando com o peso.
-Eu não sei.
-Ei, motorista. Pare o ônibus. –gritou uma voz feminina que eu não consegui ver de quem vinha. - Pare o ônibus, tem um homem passando mal. - repetiu. O ônibus parou.
As portas se abriram e dois homens levaram Bastian para fora. Eu desci logo atrás.
O motorista veio chegou até a calçada que Bastian estava deitado.
-Precisamos levar ele para um hospital. –disse ele
-Ele não pode ficar dentro do ônibus. Tem muita gente... E... E... Ele disse que não estava conseguindo respirar.
-Mas ele não pode ficar aqui. –continuou o motorista.
-Tem alguem para você ligar? –disse um dos homens
E não estava conseguido raciocinar.
-Eu não.
-É no central park. –escutei o motorista falando ao telefone.
-O que você esta fazendo? -perguntei.
-Ligando para a emergência. Daqui a pouco eles estão aqui. Vamos ficar com você até eles chegarem. –disse o motorista.
-Obrigado. –disse agradecendo.
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Estava chorando muito e estava abaixada perto dele com minhas mãos em seu rosto. Estava me sentindo muito culpada pelo que aconteceu. Eu não deveria ter inventado essa historia.
-Desculpa. –dizia baixinho para ele, como se pudesse me escutar.
-Calma. Ele vai ficar bem. –disse uma senhora que passou a mão no meu ombro.
Tentei sorri para ela, mas logo voltei a chorar. Beijei a testa dele.
-Desculpa. –disse novamente.
Rapidamente a ambulância chegou. E o levou para o hospital mais próximo.
-Ele vai ficar bem doutor? –perguntei.
-Calma, ele precisa ir para a sala para vermos o que aconteceu. Você tem que ficar aqui na recepção.
-Esta bem. -disse.
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Vi levarem ele em uma maca. Depois que fecharam a porta me sentei num sofá grande e verde claro. Peguei minha bolsa e comecei a procurar meu celular para ligar para minha casa. Quem atende foi o Sr. Alter.











-Minha tia esta?
-Não. O que aconteceu? Por que esta chorando?
-A gente estava no ônibus, mas o Bastian passou mal.
-O que?
-Eu estou no hospital. Mas ele ainda não acordou ainda.
-Fica calma, eu vou pra ir. Onde esta?
-Estou no hospital próximo ao central park.
-Esta bem. Já estou indo.
Tentei ficar calma até Sr. Alter chegar. Nunca tinha me sentido tão péssima. Se acontecesse alguma coisa com ele eu nunca ia me perdoar.
Tentei pensar em outras coisas, mais era pior. Vinham imagens de meus pais caindo do avião que eu mesmo construi em meus pesadelos.  Abaixei a cabeça e fiquei balançando meu corpo pra frente e para trás como se tentasse dormir.
Depois de alguns minutos, consegui parar de chorar. Não parava de olhar para o relógio. Fui até a atendente da recepção e perguntei onde era o banheiro.
-No final do corredor à esquerda. –disse ela.
-Obrigada.
Cheguei ao banheiro e me olhei no espelho. Fiquei observando meu reflexo por alguns minutos tentando pensar e algo bom. Mas não conseguia. Parecia que tudo que eu tocava se quebrava. Parecia que as coisas comigo não eram para dar certo.
Abria a torneira, enchia a mão com um pouco de água e joguei no meu rosto. Voltei a me olhar no espelho. E não vi ainda nada de diferente. Comecei a chorar de novo. Uma senhora entrou no banheiro. Tentei virar o rosto, peguei papel e sai.
Quando voltei para a recepção Sr. Alter e Sr. Martin estava me esperando. Abracei Sr. Alter.
-Calma criança. –disse ele.
O Sr. Martin estava falando com a moça da recepção. Depois nos três sentamos no sofá esperando, sem dizer nem uma palavra. Eu estava com a cabeça encosta no ombro do Sr. Alter e o Sr. Martin segurava minha mão direta.
Após quase uma hora o medico apareceu. Nos três levantamos na mesma hora, mas deixei o Sr. Martin na frente, afinal, era o filho dele. Eu não tinha nada a ver com ele. Eu apenas era a culpada por ele esta naquele lugar.
-Então? –foi à primeira coisa que o pai de Bastian disse.
-Não se preocupe. Ele esta fora de perigo. Agora esta tudo bem, mas é provável que ele acorde só amanhã.
Fiquei tão aliviada. Não sabia o que faria se acontecesse alguma coisa com ele. Meu coração estava muito disparado. Sobrepujada.
-Quando podemos ver ele? –perguntei para o medico.
-Já podem ir. Mas dois de cada vez.
Olhei para o Sr. Martin. Com certeza ele iria primeiro. Era seu filho.
-Pode ir Sr. Martin. Eu espero.
-Vamos nós dois. -disse ele sorrindo. Eu apenas balancei a cabeça sem exiitação.
Entramos no quarto. Eu não passei da porta e o Sr. Martin foi se aproximando até a cama dele. Ele estava desacordado e tinha um tubo que o ajudava a respirar. O quarto era escuro e não tinha muita decoração.
Eu não conseguia me mover de perto da porta. Vi o pai dele passando a mão em sua testa levemente e depois com a parte de trás das mãos ele passou a mão em seu rosto.
Lembrei-me de quando meu pai me dava um beijo toda à noite antes de eu dormir e do timbre da voz dele dizendo que eu era a princesa dele. Eu quase não me lembrava do tom de voz dele. Mas  consegui lembrar quando vi Sr. Martin com o Bastian. Mesmo que ele não tenha dito nada naquele momento.
Sr. Martin ficou de joelhos e ficou observando seu filho. Como se tivesse medo de perder ele e ficasse sozinho assim como eu.
-Venha até aqui. –disse ele interrompendo meus pensamentos.
Meus olhos estavam molhados, mas não estava chorando. Fui me aproximando de vagar. Na verdade, tinha medo do Sr. Martin me culpar por algo. Foi a maior idiotice ter pegado aquele ônibus. Estava me sentindo horrível.
Fui para o outro lado da cama. Vi o rosto pálido de Bastian. Vendo ele tão invulnerável, parecia que era uma criança inocente. Indefesa. A vontade de chorar não cabia no peito, mas tentava segurar o maximo que eu pudia. Mesmo o medico dizendo que ele estava bem, vendo ele deitado naquele quarto de hospital me dava à impressão que ele nunca iria levantar.
Voltei a tentar pensar em coisas boas. Ele estava bem e pronto. Ele ia voltar a brigar comigo porque eu me atrasava ou porque ainda não estava pronta. Ele ia voltar a exagerar nas palavras. Ele ia estar bem longe daquele quarto e tentar fazer com que eu seguisse os passos que ele quisesse e eu não iria aceitar e depois brigaríamos. Mas com uma única palavra, ele faria com que ficasse tudo bem.
-Eu amo meu filho. –disse Sr. Martin.
Olhei imediatamente para ele. Meus olhos se encheram mais ainda. Ajoelhei-me também e passei a mão no rosto dele. Ficamos em silencio até a enfermeira entrar no quarto.
-Quem vai ficar com ele? –perguntei ela enquanto trocava o soro dele.
-Bem... –disse Sr. Martin.
-Sr. Martin? –o interrompi. –Posso ficar? –ele olhou para mim. Parecendo não gostar muito da idéia. –Por favor. –ainda disse.
-... Tudo bem. –demorou um pouco a responder.
Fiquei imaginando o que ele poderia estar pensando que eu faria com o filho dele. Eu só queria estar presente quando ele acordasse. Estava com ele quando ele passou mal e queria esta com ele quando melhorasse. Só isso.
Eu não fui para casa. Pedi para o Sr. Alter trazer alguma roupa para mim.
No quarto dele tinha outra cama para acompanhantes e uma cadeira do papai. Uma mesinha com um jarro de flores artificiais perto da janela onde havia uma cortina branca fechada. O que deixava o quarto escuro.
Dei algumas voltas na cama onde ele estava. Para ter certeza que ele estava bem. Mas tarde uma das enfermeiras trouxe as minhas coisas que tinha pedido que o Sr. Alter me trouxesse, mas eu nem cheguei a usar. Não tomei banho nem troquei de roupa.
Quando anoiteceu, dei mais uma olhada nele para ver se estava tudo bem e em seguida me deitei na minha cama virada para ele.
Em momento, parecia que o tubo que estava em seu nariz estava o incomodando e ele tentou tirar. Eu fui até ele.
-Não. –disse baixinho, colocando a mão dele de volta no lugar. Ele não tinha acorda.
Quando estava voltando para a cama olhei para a cadeira do papai e olhei de volta para a cama dele. Arrastei a cadeira próxima a ele. Peguei o lençol e fiquei sentada com as pernas apoiadas no acento.
Sabia que não ia dormir tão cedo. Fiquei olhando para ele com o pensamento que ele estava bem e o que eu ia dizer para ele quando acordasse. Como iria pedir desculpas para ele. Depois meu pensamento voltou ao passado. Senti-me egoísta. Aquele momento era para prestar aténção em Bastian. O momento era dele. Resolvi não pensar em nada.
Lembrei de uma musica e comecei a cantarolar baixinho. Ela falava de perdão. Achei que era perfeita para aquele momento.
-“Quando eu pedir desculpas, você vai acreditar em mim? Escute minha historia. Diga que não me deixara. Quando eu pedir desculpas, você vai acreditar em mim?...”

Fiquei repedindo essa frase da musica até pegar no sono.

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(CONTINUA)








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