I-Mês XX Dia

mais que pensado e, enfim, publicado 

Fim de semana chegou. Isso não significava nada mais para mim já a bastante tempo.

 Quando eu era pequena eu e meus pais costumávamos ir no parque ou na praia quando fazia muito calor. Quando chovia muito que não dava para sairmos, nos ficávamos vendo filme até mais tarde. Eu sentava no meio dos dois enrolada num cobertor comendo pipoca. Se tivesse muito frio mais não chovendo, íamos no cinema e viamos um desenho e depois comíamos uma pizza bem quentinha. Eu gostava muito dos finais de semana.

mais que pensado e, enfim, publicado

 Agora, não tem mais parque, nem filme, nem pipoca, nem cinema ou pizza. Qualquer coisa que eu fisese seria sem graça, sem brilho. Não teria eles.

Comecei a encarar os finais de semana apenas como um dia para eu ficar no meu quarto trancada, sem nada para fazer, apenas ficar com o que eu tinha. Nada.

Ficava pensando por que eu não conseguia superar a dor de perder meus pais, sendo que eu não era a única a passar por aquilo. Pensava que com o tempo tudo iria passar e eles seriam apenas uma boa lembrança. Mas quando eu lembrava deles, eu não me sentia bem. Mas não queria deixar de pensar neles.

As vezes, em alguns finais de semana eu ia até a casa onde eu morava e ficava olhando para ela da calsada. Não tinha coragem de entrar. Não conseguia.

Ela nunca foi vendida. Eu não deixava minha tia fazer isso. Não queria que ninguem ocupasse o lar dos meus pais e o meu. Ali era meu lar de verdade. Não a casa da minha tia. Ali minha vida morreu junto com os meus pais.

mais que pensado e, enfim, publicado

Ia lá para tentar matar a saudade. As vezes ria sozinha, quando eu via imagens de quando eu brincava com minha mãe no jardin. Mas logo o sorriso acabava e vinha a vontade de chorar. Mas eu não fazia isso. Parecia que eu estava sendo ingrata ou cupando eles por minha vida esta tão ruim daquele jeito.

Então eu voltava com mais saudade. Uma saudade tão grande, tão forte, que as vezes não cabia no meu peito.

Sr. Alter falava para eu não ir mais lá. Mas ai, eu ia escondido. Até chegar um tempo que não ia mais lá. Ai meus finais de semana ficavam ainda mais vazios.

Minha tia sempre dava um jeito de sair de casa. Sr. Alter e os outros empregados seguia a vida normalmente fazendo os deveres de casa.

E eu, ficava no meu quarto. As vezes queria que terminasse o final de semana rapido para que eu pudesse ocupar minha mente com minha rotina normal.

Tinha sobrevivido ao sabado. Comia no meu quarto mesmo. As vezes nem comia. Só mesmo quando Sr. Alter me levava algo para comer.

No sabado o Bastian não foi na minha casa. Ainda bem. Estava apenas com vontade de ficar no meu quarto e voltar ao passado.

(CONTINUA)